#25 Currículos no Último Ano, Richard Jakubaszko e Clima
Trabalho voluntário contra Covid19
No ano passado, nesta mesma época, comecei a enviar alguns e-mail para tentar arranjar um trabalho voluntário contra a Covid19. Enviei repetidos e-mails para várias divisões da saúde aqui do Paraná e de São Paulo, também.
Obtive somente algumas respostas de obrigado. Uma em destaque, foi a resposta do João Doria para mim (através da secretária dele, é claro).
Networking do clima
Comecei a enviar e-mail para pessoas que admiro ou admirava muito. Personalidades, cientistas e intelectuais da ciência do clima e agronegócio do Brasil que conheci através da televisão, YouTube, entrevistas, palestras, etc.
Alguns deles dizem nas palestras Mandem-me e-mails pois
responderei todos!
. Esses são os que não
respondem. Já tentei até mesmo dar uma cobrada, já que
meus e-mails começam geralmente com bastantes elogios..
Esse tipo de e-mail é pretendido para construir uma rede particular de comunicação, já que eu quase não conheço ninguém das áreas de interesse meu, ideológico ou profissional, no mundo real. Para que pelo menos vejam meu nome uma vez, termino mandando meu currículo resumido e pedindo que, achando adequado, possam disponibilizar meu currículo para alguém que possa ser útil.
Será que eles ignoram todos os elogios, toda a apresentação e discussão das minhas ideias e só focam nos últimos parágrafos que rapidamente menciono sobre o currículo e trabalho? Pois só não digo que estou desempregado, sou bem delicado..
Me admira se isso realmente for, pois para muitos quem admiro ofereço, ainda o quanto antes nos e-mail, meu trabalho voluntário e grátis para qualquer coisa que envolva a causa climática!
Meu pai falou que só respondem quem tem secretária. Acho que não é só isso, acredito que muitos não tem paciência com redação ou intimidade com e-mails, apesar de usarem para suas razões peculiares.
Também, será que se acham tão importantes assim? Me preocupa ainda mais a provável incapacidade de pensarem por si e julgarem uma ideia por si mesma, um e-mail por si mesmo, ao invés de escolherem responder somente àqueles do nível ou prática deles? 🐜🐜🐜
A prática de não responder me intriga muito. Meu psicólogo insistia muito que o silêncio é uma resposta e sinal de conhecimento superior. A verdade é que pode ser ou pode não ser. Ao contrário, o silêncio está muito mais relacionado à morte do que a vida, e o que é morto não parece ser-me muito útil.
Na verdade, o silêncio pode ser falta de coragem, insegurança, desconfiança, vaidade, falta de palavras por emoção forte, ressentimento, inveja…
Só poderemos racionalizar o silêncio dos outros, o que, aviso, é um péssimo negócio sempre!
Jornalista Richard Jakubaszko
Um que me respondeu recentemente foi o Richard. Para quem não o conhece, ele está inserido na área do agronegócio brasileiro, e claro, combatente do mitos climáticos que tenta esclarecer.
O livro
CO2 e mudanças climáticas: estão nos
enganando?
foi escrito por ele com a colaboração de
diversos outros autores, incluindo físicos e agrônomos, como o
grande Dr. Luiz Carlos Molion (quem não me respondeu
nem sequer agradeceu meus elogios ao seu excelente
trabalho em um e-mail que enviei).
Desde que vi algumas palestras do Richard no YouTube, me interessei pelo jeito que ele explicava e descobri que, na verdade, o livro que ele escreveu deveria conter as minúcias de tudo o que ele fala.. Assim, quinta-feira passada, semana da Black-Friday, decidi adquirir o livro e a história a seguir é sobre nossos conseguintes encontros.
Telefonema
No site do Richard, há meios para contactá-lo, incluindo e-mail e telefone.
Quinta-feira, dia 18/Nov, resolvi ligar para o Richard do meu celular. Não sabia se iria atender ele mesmo ou uma eventual secretária de seu escritório/editora, mas não iria ficar espantado em nenhum dos dois casos.
Para minha surpresa, a voz que ouvi responder foi a mesma que estava acostumado por ter assistido várias de suas palestras no YouTube.
Disse meu nome, mas logo o Richard perguntou-me se não era um esquema/brincadeira que o governador ou sei lá quem tinha armado para tirar com ele? Nesse ponto, então percebi que minha apresentação tinha sido insuficiente e falei meu nome completo (coisa que ele pareceu apreciar) e na sequência que era biólogo, rasguei-lhe elogios e falei que gostaria de adquirir seu livro, o que acabou por acalmar suas dúvidas maiores contra mim. Mas ainda percebi que em momentos posteriores da conversa que ele não deve ter tido muitas boas experiências com naturalistas e biodesagradáveis pois alfineta-os de vez em quando possível. Eu não o culpo!
Nesse primeiro momento, pude notar a seriedade profissional do Richard e sua sagacidade. Realmente, deve ter tido problemas anteriores que o deixam alerta para rejeitar possíveis importunadores ecochatos.
O que se seguiu foi legal e impressionante: Richard começou uma exposição dos assuntos do livro. Conforme ele ia me guiando e mostrando a sua casa, que são onde os pensamentos do livro residem, cada qual em um cômodo, cada lugar com sua questão, o que era o ático e o que era o sótão, as janelas, enfim..
É uma viagem, mas não consegui ficar somente prestando atenção e em alguns momentos fiz comentários e ele construiu sobre minhas questões. Por exemplo, um fato importante que ele adicionou à conversa é de que, nos Estados Unidos, a população é bem distribuída no território e que a maioria das cidades tem poucos (milhares) de habitantes comparando-se com Brasil.
Eu fiquei maravilhado com a disposição física, mental e social do Richard! Mas minha surpresa não deveria ser muito grande já que ele, jornalista sério, entende e gosta muito de comunicação. Em determinado momento, quando ele me dizia que acha que o problema no planeta Terra é a população de humanos muito grande, ponto qual discordo completamente, a bateria do telefone dele acabou. Como ele havia avisado que isso poderia ocorrer, depois de alguns segundos desliguei o telefone e comecei a preparar um e-mail para mandar-lhe os dados de entrega do livro quando, talvez uma meia hora depois, o Richard me liga, de um outro número de telefone, porém também de São Paulo, e continuamos a maravilhosa viagem, ou a explanação dos assuntos do livro..
Então não posso deixar de recomendar para que todos adquiram o livro do Richard, não é caro e tem promoção nas Black-Fridays. Além do que conversar com o Richard é uma experiência muito agradável. Ele tem didática e a paciência, tenho certeza de que irão gostar de bater um papo com ele!
Richard respondeu meu e-mail dizendo que havia lido meu longo e-mail e que iria responder (ou comentar?) a maioria das questões.
Tenho dois pensamentos. Primeiro, disponibilizo aqui o longo e-mail para que o caro leitor possa verificar mas acredito que tenha sido demais na primeira tacada/conversa, e o Richard pode ter ficado um pouco assustado..
Sua segunda resposta foi bem curta e é reproduzida abaixo. Não sei se haverá mais e-mails do Richard por enquanto, mas depois que eu ler o livro vou tentar escrever-lhe mais uma vez. Temo que será outro longo e-mail..
Jamil, seus 2 exemplares, autografados, estão a caminho, registrados sob nº [XXX]. Previsão de entrega é 2/12, mas geralmente chega antes. Vc pode ficar sabendo o dia da entrega algumas horas antes, eles dizem “saiu para entrega…”, me confirme quando chegar. Começando a responder:
1 -
Apesar de não emitirem poluentes, são muito caras para construir e, sinceramente, e tecnologia nuclear brasileira não está no nível de outros países que tem pelo menos reatores nucleares experimentais e usam energia atômica há décadas. Temo que um bêbado, como você mesmo bem colocou, brasileiro faça um grande estrago. Ou seja, não sou a favor de uso generalizado, Apesar de não emitirem poluentes, são muito caras para construir e, sinceramente, e tecnologia nuclear brasileira não está no nível de outros países que tem pelo menos reatores nucleares experimentais e usam energia atômica há décadas.R - Quem usou a expressão bêbado de vodka foi a mídia europeia, eu não inventei nada, e parece ser verdade, especialmente pq a BBC repercutiu isso na época, anos 1984. A verdade é que Chernobyl continua deserta, e deve continuar assim por sabe-se lá quantos séculos. No norte da Rússia há uma região que desde 1920 descobriu-se que a radioatividade era muito alta, e especula-se desde então que tenha sido a queda de alguma nave alienígena. Nos anos 2010 a radioatividade continuava a mesma. Em meu blog tenho um artigo que mostra os efeitos genéticos que não se conhecia da contaminação e transmissão genética. O post tem fotos horrorosas. Só acredito na energia nuclear se ela for a frio, e sem radioatividade, quando for viável…
abs Richard
As respostas dos e-mails seguintes em que o Richard faz várias colocações a respeito dos pontos que eu citei no meu e-mail inicial podem ser lidas aqui.
Livro
Ainda não recebi o livro mas já foram postados. Depois que recebê-lo, ler e emprestar (pro meu pai e para minha mãe, como eu disse que faria para o próprio Richard por telefone), então poderei comentar um pouco do livro aqui no blog. Provavelmente em uma outra postagem…
Atualização: os livros chegaram dentro do prazo e eu estou dando uma lida, mas não vorazmente por que estou trabalhando em um texto sobre biodiversidade que está me consumindo bastante tempo… Mas o livro atendeu bem às minhas expectativas, tem partes bastante técnicas e partes de mais fácil leitura…
Estritamente a trabalho
Bom, além dos e-mails oferecendo trabalhos voluntários contra Covid19, e-mails com elogios e pondo meu nome para ajudá-los da forma que me fosse possível, incluindo para grupos internacionais, foram também muitos e-mails ou entregas de currículo para empresas estritamente a trabalho.
Não foram poucos, mas em retrospectiva, poderia ter sido mais. Apesar que os demais e-mails descritos nesse post não foram enviados estritamente para buscar emprego, mas sim para fazer novas conexões, de forma alguma deixei de incluir meu currículo e dar uma dica que meus serviços profissionais também estariam disponíveis.
Ao total, uma empresa de melhoramentos genéticos me contratou no começo do ano, mas para um trabalho temporário, e que eu infelizmente não estava preparado fisicamente e descrito em outros posts (aqui, aqui e aqui).
Gostei de trabalhar na TMG, mesmo que tenha sido uma experiência muito curta e que, infelizmente, não tenha conseguido completar. Foi um fruto do esforço em distribuir currículos. Além de adquirir um pouco de experiência na lida do campo que eles fazem, eu estou bem melhor preparado para enfrentar situação similar quando e se algum dia me envolver nessa área de novo.
Nas últimas semanas, entreguei e/ou enviei por e-mail currículos para todas as escolas privadas da pequena cidade onde moro (umas 12 escolas). Vamos ver se me contratam mesmo que for para substituição de professores ou para reforço no contra-turno dos alunos. Agora é uma boa época de entregar currículos e há a chance de contratarem para o começo do ano que vem, depois que as coordenações fizerem suas programações no final deste ano.
Ao total, foram mais de 50 entregas de currículos pessoalmente, cartas e e-mails no último ano. Não é pouca coisa mas revendo minhas cartas, percebi que houve sete meses de hiato, depois que trabalhei na empresa de melhoramentos, que não agi muito nesse sentido.
Ano que vem, ficarei atento a abertura de editais de PSS para ministrar aulas em escolas públicas e também, é claro, em concursos públicos. Para tanto, confesso que preciso focar ainda mais nos estudos direcionados a estas metas.
Até o próximo post!
PS: quem quiser um scrape de todos os posts em texto plano (13M), aqui está uma cópia.