#6 Reportagens que Culpam o Homem
Há uns dois dias, achei essa reportagem no sítio do UOL. Abaixo, a cuja reportagem dramática do UOL, depois uma reportagem sobre o mesmo estudo pelo jornal da USP e por último o artigo original que eu puxei pelo Sci-Hub.
- Recém descoberta, plantinha em risco é pista para origem da Mata Atlântica
- O mundo ficou sabendo no ano passado, mas a pesquisa vinha desde 2009: cientistas identificaram um novo tipo de planta que pode revelar como surgiu a vegetação da Mata Atlântica há milhares de anos, mas é preciso correr contra o tempo.
- Da Grécia Antiga para a Mata Atlântica: um novo grupo de árvores e arbustos do gênero "Dryades"
- Reportagem mais séria a respeito da pesquisa.
- A tree nymph of the Brazilian Atlantic Forest: Dryades (Galipeinae, Rutaceae), a new neotropical genus segregated from Conchocarpus
- Artigo original do grupo de estudos (ref original).
Esse tipo de reportagem é tão comum que faz parte de um tipo.
A reportagem do UOL, para variar, é muito tendenciosa. Já associa esse trabalho com extinção.
A reportagem, no fundo, fala de um assunto legal e vem descrever uma resolução na filogenia das Dryades que antes eram classificadas como plantas do gênero Conchocarpus.
A filogenia estuda e organiza as linhagens dos seres vivos. A filogenia por marcadores genéticos é o padrão ouro atualmente. Antigamente, utilizavam-se medição morfológicas, anatomia, caracteres únicos e/ou marcadores moleculares não genéticos. É muito comum que algumas espécies ou mesmo gêneros mudem de classificação ao longo dos anos quando os pesquisadores acabam resolvendo com maiores detalhes a história evolutiva dos seres vivos.
O estudo é uma pequena vitória dos pesquisadores que conseguiram esclarecer um pouco melhor a história dos vegetais da mata atlântica.
Porém, se for ler toda a reportagem do UOL, desde o comecinho tentam associar coisas negativas. A reportagem diz que a plantinha já está em extinção!
As reportagem do jornal USP é muito mais sóbria. O artigo original é o mais sóbrio e técnico de todos.
Veja bem, uma planta difícil de ser analisada e classificada corretamente ao longo de muitas décadas não está necessariamente em vias de extinção. Na realidade, todas as espécies no universo estão em grave risco de extinção, visto que os ambientes mudam constantemente e oferecem muitas ameaças a qualquer ser vivo.
A limitação do ser humano é evidente tanto na identificação quanto na procura por determinadas espécies específicas de interesse.
Além disso, é muito incomum ver alguém, mesmo os ditos `cientistas', discriminando raridade e risco de extinção. Pelo que me consta, eles quase não percebem essa diferença..
Parece que o intuito da reportagem é mais de dizer que os seres humanos destruíram a mata atlântica e que nós colocamos essas planta em risco de extinção. Qualquer um termina de ler essa reportagem com um grande peso de culpa nas costas.
Na minha concepção, as Dryades podem:
- a. não estarem adaptadas aos novos ambientes
- b. serem raras
- c. serem difíceis de localizar
Um ponto importante que é mais difícil de saber com exatidão, é sobre o que os pesquisadores falaram para os repórteres, ou seja, as afirmações que não foram incluídas ao longo do artigo e nem em sua conclusão.
Apesar do artigo original técnico, essas informações extras das reportagens devem ter sido caracterizadas pelos próprios pesquisadores durante as entrevistas.
Ou seja, há os fatos da pesquisa e uma interpretação paralela. Como não estão no artigo, as interpretações paralelas são difíceis de verificar e devem ser consideradas opiniões.
Os jornais, então, se aproveitam de efeitos linguísticos e ambiguidade para gerar dúvida e insinuar que os seres humanos são os responsáveis por colocarem essa planta na lista de risco de extinção.
Tenho visto que qualquer pessoa agora tiram suas próprias conclusões sobre o meio ambiente e acham que sabem sobre ecologia. Só vou falar uma coisa, ecologia não tem uma lógica comum, ou seja, não tem como derivar certos conceitos de forma intelectual somente. Fatos contra-intuitivos, descobertos através de pesquisas nessa disciplina, devem ser compreendidos e considerados.
Mudanças climáticas
Desde o ano aqui no Brasil estamos sentindo uma mudança de tempo climático diferente do que estávamos acostumados.
Na verdade, isso não me deixa encucado pois tenho seguido muitos pesquisadores de clima bons de verdade, tanto nacionais quanto internacionais, e eles já previram que entraremos em um ciclo de grande mínimo solar que deve durar até ~2050.
Isso fará com que os ciclos na Terra sofram alterações. Por exemplo, esperamos que o Nordeste fique bem mais úmido enquanto que as regiões sudeste e sul ficarão mais seca.
Já se tratando de um fato diferente mas que também acabam por culpar os seres humanos, direta ou indiretamente, são algumas notícias recente sobre a baixa dos reservatórios das usinas de energia hidrelétrica.
- Bento Albuquerque Diz Que Crise Hídrica é Culpa da "Mudança Climática"
- O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, acha que a crise hídrica que atinge o Brasil decorre de mudanças climáticas no planeta...
- Ministro culpa La Niña pela crise hídrica
- O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, deu uma entrevista à Folha para descartar risco apagão e racionamento, em meio à pior crise hídrica dos últimos 91 anos...
Este é um caso comum em que os governantes tentam colocar a culpa nas mudanças climáticas, ou seja por tabela, os seres humanos.
Os governantes deixam de lado a falta de investimento e manutenção da estrutura energética do país, assim como a falta de previsão e programação de longo prazo.
Então, sinceramente, aqui nem é necessário fazer muito mais pesquisa para termos certeza de que se trata de incompetência do governo e não de mudanças climáticas causadas pelo homem.
Espero falar mais sobre essa polêmica do aquecimento global causado pelo ser humano em outros tópicos. Deixo aqui mais algumas referências de como a ciência climática está indo por água abaixo. O Trump retirou alguns sites do governo do ar e agora o Biden os recolocaram com modificações, especialmente retiraram dos registros os dados mais antigos (do começo da década passada) para forjar indicadores de ondas de calor e fogos selvagens que só aumentam.
As agências governamentais são a Environmental Protection Agency (EPA) e a National Fire Center dos Estados Unidos.
- National Fire Center desaparece com dados
- Dados da National Fire Center, dos EUA, elidem o começo da série histórica de dados.
- Joe Biden's EPA Hides Damning Climate Data
- The U.S. Environmental Protection Agency (EPA) brought back its Climate Change Indicators platform last week under the new Biden administration. In the new web presentation, EPA has simply disappeared data that was inconvenient to the narrative that humans are causing dangerous climate change.
- Revamped EPA website shows increased climate change risks
- After a gap of more than four years, the Environmental Protection Agency is relaunching a website highlighting evidence of climate change in the United States, including rising temperatures, increased ocean acidity, sea level rise, river flooding, droughts, heat waves and wildfires...
Não precisamos de super computadores e sim de uma longa série de dados.
Abaixo, alguns nomes que descobri recentemente que tratam de mudanças climáticas. Especialmente, dou atenção ao que os físicos solares dizem a respeito do sol, pois o sol é negligenciado por todos os alarmistas!
- Prof Henrik Svensmark
- Prof Valentina Zharkova
- Nicolas Scafetta
- Prof Nir Shaviv
- Tim Ball
O canal do Hügo Krüger tem umas entrevistas muito legais.
Analisar o clima via fenômenos que ocorrem na Terra é legal para entender o sistema aqui emq ue vivemos, como os sistemas se grudam e interagem, enfim, ruído. Nada mais limpo e discrenível do que estudar mudanças climáticas pelo viés da nossa estrela..