#32 Médico e Fronteiras
Os médicos brasileiros são muito metidos. Ganham bastante dinheiro (como deveriam) mas tem pacientes demais e não conseguem dar muita atenção a quem realmente precisa.
Minha crítica com relação aos médicos se reforçou desde o início da pandemia, visto que ficou óbvio o quanto de médicos meia-boca existem.
Não só pelo fato do Conselho Federal de Medicina e outras entidades de carreira médicas demorarem para se manifestar sobre qualquer coisa urgente e cientificamente fundamental, mas também por aquele grande vexame quando muitos médicos receitavam remédios sem comprovação científica (em alguns casos, havia comprovação de que eram perigosos em situação de COVID-19 se administrados conjuntamente), e também quando todos estavam concordando com as afirmações descabidas do Tedros Ghebreyesus da OMS que máscaras não ajudavam em nada.
Na verdade, ainda hoje em dia, depois de muitos voltarem atrás e concordar com o fato óbvio e científico de que as máscaras protegem, ainda resta uma confusão sobre quem a máscara protege.
Como eu fui para o Japão no durante meu ensino médio e por lá fiquei por um ano e meio, lá aprendi que os japoneses que usam máscara nas ruas e no metrô estavam, na verdade, se protegendo de eventuais doenças. Em outras palavras, é pretensioso imaginar que as pessoas deveriam usar máscara para não nos passarem doenças.
Há ainda uma razão de que para uma ação poder ser universalizada, ela primeiro precisa ser individual. Por exemplo, não há como ajudar todos os necessitados no mundo se não conseguirmos nos ajudar antes.
Segundo, imaginar que o outro deve nos proteger não funciona muito bem. Se assim fosse, se estivéssemos nesse nível, pobres enriqueceriam, doentes seriam curados ou suas doenças amenizadas, haveria emprego e terra para todos em uma sociedade perfeita, até mesmo para aqueles que não desejariam trabalhar e só aproveitar os benefícios da vida em sociedade.
Não vejo nenhum médico (nem biólogo, para falar a verdade) na televisão falando algo fora do politicamente correto, nenhum insight, pouquíssimas análises críticas!
Aquele Átila Mariano não nos disse nada de novo e fez tudo ao contrário do que falou, sem se dar conta que sua fama influencia muito seus seguidores. O Drauzio Varela é aquele médico que tem uma aparência tão má e fala tanto do mesmo que é difícil não ficar com o pé atrás com ele… Inclusive, ambos eram contra uso do máscaras no começo da pandemia, ora essas..
Olhando O Antagonista, achei esta reportagem (qual link parece ter sido removido):
Após 3 anos, Bolsonaro ainda não conseguiu substituir Mais Médicos
27.12.21 08:54 [$$ 3]
Redação O AntagonistaApesar das promessas, o governo Jair Bolsonaro (foto) ainda não conseguiu dar efetividade ao programa Médicos pelo Brasil , o substituto do Mais Médicos.
Três anos após acabar com o programa, instituído pela ex-presidente Dilma Rousseff, e praticamente expulsar os profission ais cubanos do Brasil, o governo federal lançou apenas no final deste ano os primeiros editais para a contratação de 5 mi l médicos. Ao todo, segundo o Estadão, 3,3 mil vagas estão ociosas.
“Bolsonaro passou a defender que as vagas surgidas fossem ocupadas por brasileiros. Editais para preenchimento das vagas foram lançados com esse objetivo, mas até abril de 2019, 1.052 brasileiros haviam desistido das posições para as quais fo ram selecionados”, afirma o jornal.
Os médicos brasileiros se formam e alguns parecem atender pacientes demais por dia, de 40 a 60 pacientes. Isso é frequente quando os médicos trabalham no SUS ou outros convênios públicos ou privados que pagam menos do que seria justo ao médico, e portanto só lhes restam uns 15 minutos para atender cada paciente daquele grupo de infelizes.
Outros médicos, sem dúvida, não atendem a população da massa. Mesmo assim, mesmo pagando enormes quantidades de dinheiro, parecem não dar a devida atenção aos seus pacientes e casos clínicos. Muitos médicos pedem ao paciente, que se encontra em triste situação, gratificação extra ao montante pago pelo plano de saúde. Uma lástima de tática da qual já fui vítima.
Enfim, se houvesse 3300 vagas para os biólogos nos confins desse brasil, tenho certeza que as vagas seriam preenchidas rapidamente. Não só pelo salário, que pode ou não realmente compensar em termos financeiros, mas pela aventura.
Seria muito pedir a um professor ir lecionar em uma comunidade carente em estado diferente do qual reside sem antes terem se esgotado os recursos profissionais daquela região e com remuneração adequada.
Na verdade, os profissionais que devem se deslocar para exercerem seu ofício deveriam ganhar mais, porém mesmo que ganhem um pouco menos do que se ficassem em sua área de residência e investissem em sua carreira, ainda há a obrigação ética e juramento profissional de ir batalhar em favor dos nossos compatriotas.
Mas os médicos não tem incentivo para irem trabalhar nas áreas ferradas do Brasil. Vejo que há inúmeros concursos públicos para médicos e todos com salários exorbitantes e carga horária razoável. Realmente, para quê se candidatar a uma vaga lá onde Judas perdeu as botas para trabalhar na sua profissão, talvez ganhar um pouco menos, ficar longe de todos os conhecidos e se arriscar em nome de outrens?
Existem muitos médicos e é claro, assim como nas outras profissões, existem uns 50% de charlatães e curandeiros (sem ofensa aos verdadeiros shamans).